A fisioterapia é uma das ciências mais utéis na vida de um atleta, seja na
prevenção de lesões ou no tratamento delas. O Fisioterapeuta Dr. Denis Corrêa
graduado em Fisioterapia e Educação Física, Pós-Graduado em Fisioterapia
Aplicada à Ortopedia (UNIFESP-EPM) fala do tratamento destinado aos atletas, em
específico boxeadores, ao Córner do Leão.
Em
minha dissertação de pós graduação, desenvolvi um protocolo de tratamento
fisioterapêutico para pacientes com diagnóstico médico de artrite de
joelhos.
Qual a diferença do trabalho do fisioterapeuta voltado para o atleta em relação à população comum ou que pratica esportes ocasionalmente?
Atualmente existem protocolos de tratamento para as mais diversas
lesões ortopédicas, porém há sempre uma diferença quando pensamos em reabilitar
um atleta ou uma pessoa comum. Essa diferença se deve por alguns motivos, que
vão desde um metabolismo que trabalha de maneira acelerada, músculos com grande
capacidade de oxidação, melhor preparo físico que auxilia no retorno precoce ao
esporte e por fim bons hábitos de vida também colaboram para o andamento do tratamento.
Em um processo de reabilitação para atletas, devemos
pensar que o grau de exigência é sempre superior a qualquer outra pessoa, alem
do que, não devemos nos esquecer que o gesto desportivo deve estar sempre
presente nas condutas de tratamento.
Existe algum trabalho específico para praticantes de boxe?
Pensando no boxe, um trabalho específico
que costumo aplicar é o Treinamento Funcional, sendo uma técnica cujo os
exercícios apresentam elevado grau de dificuldade e que por vezes possui como
resistência a própria gravidade. Visa fortalecer músculos profundos do tronco e
dos membros, além de sua grande importância na estabilização das articulações.
Este tipo de treinamento é intenso e com excessivo gasto calórico para aqueles
que o praticam. É facilmente notada a melhora de suas valências físicas, melhora
do rendimento desportivo aliado a uma redução significativa de
lesões.
Quais áreas eles costumam lesionar mais?
Por se
tratar de um esporte de contato e com inúmeros gestos repetitivos, existe uma
grande prevalência de lesões traumáticas e lesões por esforço repetitivo (LER).
Dentre as principais estão: Tendinites, Bursites, Entorses, Lesões
Musculares, Lesão em ATM (articulação têmporo-mandibular), Síndrome do Impacto
no Ombro, Fraturas (metacarpos, escafóide e clavícula) e Contusões na região do
tronco.
Devemos lembrar que algumas dessas fraturas/lesões podem se
instalar por uma aplicação incorreta da técnica, seja em treinamento ou no ato
da luta.
Após a aposentadoria muitos carregam lesões de lutas e treinos do passado. Qual a melhor forma de lidar com eles?
A melhor
forma de lidar com estas alterações é trabalhar o corpo como um “todo”, dar a
este indivíduo um bom padrão de força muscular, flexibilidade e manutenção de
sua capacidade física.
Pelo ponto de vista do fisioterapeuta há algum exame à ser feito antes dos combates?
O exame que pode ser aplicado
pelo fisioterapeuta antes do combate, é o Exame Físico, onde através de aspectos
como a inspeção, palpação de estruturas anatômicas, teste de força muscular e
amplitude de movimento, vão determinar a condição física deste atleta para a
luta.
Em caso de lesões agudas/crônicas que este atleta venha a possuir,
esta será uma forma eficaz de quantificar sua melhora.
Gostaria de agradecer ao jornalista Gabriel Leão pela confiança depositada e oportunidade de falarmos da importância da fisioterapia no "mundo" do boxe.
Para conhecer mais do trabalho de Gabriel Leão e saber das últimas notícias do boxe... acessem: http://www.cornerdoleao.blogspot.com.br/
É um prestígio uma pessoa gabaritada como você acessar meu blog e conceder entrevista.
ResponderExcluirAbraço